quinta-feira, 24 de maio de 2012

“É Proibido” Poema de Pablo Neruda


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas

Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos

Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,

Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,

Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se

desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,

Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,

Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O CLAMOR DAS PEDRAS





O CLAMOR DAS PEDRAS¹

“Se eles se calarem, as pedras clamarão”.

        Posso estar interpretando erroneamente o sentido das palavras de Jesus. A mim, em tal fala, ele refere-se ao fato de que até “as pedras” estão clamando. Ou seja, os que deveriam estar sendo porta-vozes da verdade, se calaram. Aí Jesus vem e subverte o que entendemos por “natural” e institui pedras como gritadores dele.
        Confesso que ando meio calado (o que significa que não tenho gritado), portanto, tenho que afinar meus ouvidos ao que clamam as pedras. E o que tenho ouvido?
        Tenho ouvido uma banda de rock hardcore (nem sei se é assim mesmo que se escreve, mas é roque pesado) que toca em questões muito delicadas como a ganância humana e a hipocrisia cristã: “a sanguessuga sempre quer mais poder, dinheiro, sexo e até rock’and roll... a sanguessuga sou eu, a sanguessuga é você”; “que mundo construímos? Quem é o inimigo? Qual é a nossa religião?”.
        Tenho ouvido grupos de rap (lê-se répi) formados por jovens de periferia com pouca escolaridade, mas uma visão de mundo mais ajustada que dezenas de teses de doutorado e engajamento social muito maior do que centenas de igrejas: “Não pague pra ver, não pague pra ver, a noite pode ser boa ou acabar com você”; “Cansei, não dá mais pra esperar, acatar, sem nada falar”.
        Tenho visto um rapaz e um pequeno grupo pra lá e pra cá ensinando dança de rua (street dance, dança de b. boy, break dance, hip hop, para nós leigos são todos sinônimos de dança de rua). É um povo esquisito: roupas largas, acessórios estranhos, “jeito de malandro” mas que têm chegado em lugares onde a palavra oportunidade só faz sentido quando essa gentinha aparece. É melhor do que recuperar viciados, porque previne-se o vício. Como quantificar isso? Mas estão aí, com trinta, quarenta moleques por bairro. Quem vê? Quem apóia?
        Aí os caras vão pra encontros com hora marcada com Deus e a única descrição que podem fazer é que foi “tremendo”. Até parece refrão de axé-music: treme-treme, treme-treme. Graças a Deus, que o Deus de toda a Graça só tem um dia para nos encontrar: Hoje.
        Outros querem fazer templos para a “Glória de Deus” (como se fosse possível) e haja dinheiro, haja sorteio, haja campanha, haja coleta, haja paciência.
        Outros sentam na frente do computador e destilam veneno. Melhor “pra fora do que pra dentro” (já dizia Sua Majestade Shrek).

        Nele, que nos ama, mesmo escrevendo bobagens,

Joel.


1. Esse é um texto do meu mano Joel Lima da Silva.





quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Evangelho da [auto]Propaganda


O Evangelho da [auto]Propaganda

          Tenho acompanhado de perto um fenômeno muito Comum-estranho no bojo da Igreja Evangélica, sobretudo, no município de Santana – AP. E que fenômeno é esse?
O fenômeno é a jactância de muitos lideres e, por conseguinte de seus liderados. Todas as atividades [eventos] que ocorrem em suas comunidades são motivos para eles se autoproclamarem os melhores, os ungidos, os tais!
Acredito que isso é tudo vaidade, são obras de recompensas imediatas, ou, como disse Jesus: – Em verdade, em verdade eu vos digo que estes já receberam a vossa recompensa. Aqueles que se jactam de suas obras, apenas delas viverão, e obras sem fé é morta, posto que fé e obras são indissociáveis.
“²³Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, ²Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jeremias 9.23-24).
Aos evangélicos da Propaganda deixo esta palavra: ARREPENDAM-SE... É simples assim.
Eu fico por aqui e por aí, mas sempre no Caminho,
Jonas Lima da Silva,
17 de abril de 2012, Santana, AP

sexta-feira, 4 de maio de 2012

As Sete Frases de Jesus na Cruz


Gaudenzio Ferrari: Crucificação (1513)

As sete palavras de Jesus na cruz são uma coleção de sete breves frases segundo a tradição pronunciadas por Jesus durante sua crucificação. Estas frases - ou palavras, em seu sentido lato - são objeto de uma devoção especial e de meditação principalmente durante a Semana Santa, entre os Cristãos, e foram recolhidas dos Evangelhos. Sua ordem e expressão variam ligeiramente entre os diversos Evangelhos, e seu conjunto completo não é encontrado em nenhum deles.

Primeira palavra
"Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem." (Lucas, 23:34). Esta primeira frase foi dita em forma de prece para que Deus perdoasse a ignorância daqueles que o crucificavam: os soldados romanos e a multidão que o acusava. Esta prece reflete e confirma uma exortação anterior de Jesus, quando instava a seus seguidores que amassem e perdoassem seus inimigos (Mateus 5:44). Alguns manuscritos antigos omitem a menção àquela frase.

Segunda palavra
"Em verdade eu te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23:43). No momento em que Jesus é crucificado, dois ladrões também o são, e suas cruzes se erguem ladeando a de Jesus. O ladrão à sua direita reconhece sua inocência, e pede que seja lembrado quando Jesus entrar em seu Reino, e Jesus lhe responde daquela forma. A versão original nos manuscritos gregos não traz pontuação, permitindo alguma confusão de sentidos pelo possível deslocamento da prosódia, gerando a alternativa "Em verdade, eu te digo (que) hoje, estarás comigo no Paraíso". 

Terceira palavra
"Mulher, eis aí teu filho; olha aí a tua mãe." (João 19:26-27). Jesus, do alto da cruz, contempla os poucos amigos que o seguiram até o Calvário, e com aquelas palavras confia seu discípulo (cujo nome não é citado, mas crê-se que seja João) aos cuidados de sua mãe Maria, e ela a ele. 

Quarta palavra
"Eli, Eli, lama sabachthani? (Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)" (Mateus 27:46 e Marcos 15:34). Esta frase é uma que se destaca no conjunto, por ter sido a única registrada tanto por Marcos como por Mateus, e por ter sido transmitida a nós em uma outra linguagem, o aramaico. Expressa o sentimento de total abandono experimentado por Jesus em seu sacrifício e a necessidade de enfrentar a agonia sem qualquer valimento, nem mesmo o divino, a fim de cumprir seu desígnio e realizar sua obra de salvação.

Quinta palavra
"Tenho sede". (João 19:28) Aqui fica patente a natureza humana de Jesus, não era uma reclamação ou um pedido mas uma afirmação clara de que Ele era de carne osso, tinha fome sede como todos os humanos. E é por isso que Ele se compadece nós, pois Ele conhece todas as nossas dores (Hebreus 4:14 e 15).

Sexta palavra
"Está consumado" (TETELESTAI) (João 19:30) Jesus declara que tudo o que devia ser feito foi cumprido, e é interpretada como um sinal de que a obra de salvação se tornará eficaz por intermédio de seu sacrifício em prol de todos os homens.

Sétima palavra
"Pai, em tuas mãos entrego meu espírito". (Lucas 23:46) Terminada sua agonia, Jesus se abandona aos cuidados de seu Pai e, assim fazendo, expira.